quarta-feira, 13 de maio de 2009

4 anos

O comportamento do Dani começou a ser insuportável.
Em casa, as noites eram horrorsas. A hora de deitar eram às 9h da noite e ele pulava na cama, brincava, fazia tudo, só adormecia passadas umas horas. Eu já não sabia o que fazer. Ralhava com ele, mas ele não se calava. Depois levantava-se para fazer chichi (tirei a fralda aos 3 anos), depois queria água, depois queria conversar, depois queria beijinhos, era sempre assim, a arranjar desculpas.
Eu até pensava, que com o cansaço, ele dormisse até um bocadinho mais tarde. Mas qual quê! Cá no prédio o que vale, é que nem ligam. Mas apartir do momento em que o Dani acorda, toda a gente tem de acordar. Ele não sabe estar calado, ou falar baixinho. Nem sabe estar quietinho. É logo grandes berros a correr de um lado para o outro. Ora isso para mim, é do pior. Uma pessoa fica logo com uns nervos logo de manhã...
A única solução é acender a tv e deixá-lo estar a ver sossegado. Aí sim está queito e calado. Apesar de vez em quando dar uns pinotes no sofá.
Ora uma criança com 4 anos, já deve ter um pouquinho de compreensão.
Cada vez comecei a notar mais, que algo se passava. Mandva o Dani fazer certas coisas, e ele fazia que não era com ele.
A linguagem, era muito pouca.
Começámos a andar à procura de uma terapeuta da fala.
Finalmente recebemos a noticia da operação do Dani, aos adenoides!
Também para alegrar a situação estava novamente grávida.
E claro as inevitáveis comparações entre o Dani e a irmã. Têm dois anos de diferença e ela com dois anos já falava tudo, até ensinava o irmão em muita coisa. Tudo bem que os meninos e as meninas são diferentes, mas eram notórias as diferenças dos comportamentos.
Quando saíamos à rua, ele é que me dava preocupações. Continuava a fugir-me, a não querer dar a mão. Por vezes (ou quase todos os dias) eram birras desde casa até ao infantário. eui sempre disse que ele era muito chorão, mas nunca disse que ele a chorar, chora com uma força, que se ouve naoutra ponta da cidade. Por isso imaginem, nós todos os dias,de manhãzinha, no meio da rua, eu a ralhar para ele me dar a mão, e ele vá de chorar. e já se sabe que as pessoas ficam logo a olhar, e têm imensa pena da criança que chora.
Para não falar dele a mandar-se para o chão e a fazer-se de mole, e eu a dar-lhe uma valente palmada no rabo, para ele andar para a frente. E o sangue a ferver-me no corpo.
O Dani desde pequenino, por todas as birras e situações, sempre me conseguiu meter num estado de nervos quase irreal. Ele quase que nos cega.
Talvez quem leia isto, e tenha um filhote "perfeito", ficassem incrédula com o que escrevo. E ainda me dizia o que deveria fazer nestas situações. Pois é, às vezes tanta teoria, tanta coisa e na prática, se passassem por tudo o que passei, eu queria ver onde enfiavam as teorias.
E com o Dani, infelizmente, as coisas só funcionavam, com uma palmada. Ninguém se orgulha disso. Ele levava a palmada, mas era a mim que me doía, e havia dias em que quase me cruxificava, por achar que não devia de ser assim. Achava-me má mãe, por não o conseguir controlar. Não o entendia. Não sabia o que fazer.
É que as pessoas de fora, em vez de ajudar, só criticam.

terça-feira, 12 de maio de 2009

3 anos

Já tinha mencionado, acho, que ele foi seguido até aos 2 anos no hospital onde nasceu, só apartir dessa altura, começou a ser seguido normalmente no posto médico da nossa zona.
Na última consulta no hospital, o pediatra encaminhou-o para o Otorrino, pois desde o nascimento ele sempre teve o ranho no nariz. Sempre. Ressonava muito por causa disso.
Fomos então à primeira consulta, e a dra disse-me logo que o problema dele, eram os adenóides. Depois do raio -x, ela disse-me que ele os tinha muito grandes e que como ele os tinha, não ia passar com a idade, por isso era inevitável ser operado.
Entrámos em lista de espera. Eu estava super ansiosa. Pois o Dani com 3 anos, poucas palavras falava e toda a gente me dizia que era por causa do nariz e dos ouvidos. E talvez por isso ele tivesse um comportamento tão agitado.
Com o nascimento da irmã, o Dani tornou-se insuportável. Não queria que eu pegasse na irmã, puxava-me, dizia-me que queria brincar. Estava constantemente a chamar-me a atenção.
fazia birras atrás de birras. Gritava imenso.
Tinha o sono muito agitado. Por vezes dormia umas 4/5 horas por noite. Não queria dormir na cama dele. Passava os dias a chorar.
Começou a ficar a chorar no infantário, porque me via a ir embora com a mana.
Foram uma série de situações, umas a seguir às outras, bastante complicadas que agora nem vale a pena recordar, mas foi muito complicado na altura.
Eu só pensava o que se passava com ele. Não entendia as coisas. O que se passava com o meu filho?
Comecei a andar preocupada. E sentia que algo estava errado.
Os amiguinhos dele, iam crescendo a olhos vistos, já falavam, já brincavam uns com os outros.
Vi muitas vezes programas sobre autismo. Não sei explicar o porquê, mas enquanto os via, sentia medo. Até tinha medo de pensar, mas algo cá dentro de mim me dizia, que era essa a solução. Mas eu fechava-me a sete chaves.
Com 3 anos já o Dani sabia contar até 20, conhecia as vogais, todas as cores, e para a idade dele, pintava desenhos muito bem. Passava muito tempo a pintar.
Interessava-se muito pela música e psicomotricidade, actividades extra-curriculares que tinha na escolinha.
A professora de música era muito cativante, e ele adorava-a. E ela dizia-me que ele tinha muita aptidão para a música, que adorava os instrumentos. Mesmo não falando bem, tinha uma memória muito boa, e bastava ouvir uma vez uma música, para decorar logo a letra, e cantava-a à maneira dele. Passava a vida a cantar.
Mas começaram os problemas. O comportamento dele era demais. Começou a haver queixas. Ele queria só a professora para ele, os instrumentos para ele.
Nas aulas de ginástica, passou-se a mesma coisa. Começaram as birras. Cada vez que a professora lhe pedia para fazer um exercício, ele não queria, depois já queria, quando já tinha passado a vez.
A professora sempre me disse que ele era um bocadinho descoordenado nos movimentos. Especialmente nos pés. Que isso talvez fosse falta de afecto. Acto que chorei todo o dia. Culpei-me a mim própria de não ser boa mãe. Ter um filho com falta de afecto? Como? Logo eu? Sempre fui tão carinhosa! sempre fiz de tudo! Mas entendia a professora. Tinha tido a segunda filha havia pouco tempo, e claro que os manos mais velhos sentem isso, e como já disse aqui, o Dani é uma criança que quer sempre mais e mais amor, afecto, carinho, nunca fica satisfeito, por isso muitas vezes deixa-te sem saber o que fazer.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Peço desculpa, mas sem internet torna-se dificil!!

Que saudades de cá vir!!!
É uma chatice não puder escrever sempre que me apetece! E visitar-vos!!
Mas vou fazendo conforme me der jeito. A vida é assim mesmo.
O meu reguila Dani tem andado um bocadinho agitado. Um pouquinho a querer mandar, pois não acata as regras, normalmente. Assim que ouve um "Não" desata ao pontapé e murros a tudo. E nos dias piores até murros nele próprio dá.
Normalmnte é sempre assim após o fim-de-semana. Pois em não tendo a rotina de ir à escolinha, por vezes sente-se muito chateado. Ele adora lá estar. E ainda bem que assim é.
No mês passado fez um ano que foi operado às adenóides e meteu tubos nos ouvidos. As melhorias foram notórias de imediato.
Para variar, voltou a partir os óculos, só que desta vez não há arranjo possível! Lá terei de comprar uns novos...
Até já tinhamos vergonha de ir ao oculista, mais que uma vez por semana, para colocar os óculos funcionais!
A terapia da fala, duas vezes por semana estão a revolucionar o meu menino! Sente-se muito mais animado, por finalmente ser mais compreendido por quem o rodeia! Eu sinto-me muito mais aliviada!
Vamos ver como corre a semana!
Beijos!