quarta-feira, 15 de abril de 2009

Os primeiros meses do Dani

Os primeiros meses do meu filhote em casa, a principio, não foram muito fáceis.
Era um bebé muito agitado. Chorava por tudo e por nada.
Durante o dia, se não estivesse ao pé dele, chorava. Se eu quisesse fazer alguma coisa, ele chorava. Não podia ir simplesmente ao W.C, ou tomar um banho, ele chorava até eu lhe voltar a pegar.
Era um bebé tão carente, que me deixava frustrada. Por mais atenção que lhe desse, por mais colo que lhe desse, por mais mimo que lhe desse, nada era suficiente para ele.
Se durante o dia não me deixava ter um segundo para mim, por vezes as noites, eram insuportáveis. Tinha dias que chorava toda a noite, e eu cansadíssima do dia, nem descansava à noite, andava tipo zombie.
Mas também haviam noites em que dormia desde as 8 da noite, às 8 da manhã.
Também ele tinha dificuldades em respirar, pois tinha o nariz obstruído. eu pensava que era constipação, mas aquele ranhito, não havia meio de o deixar.
Passámos meses na ginástica respiratória (que acabava comigo dia-a-dia.Chorava durante o aerossol e durante a ginástica, todos os dias) e sem haver resultados nenhuns. começaram a dizer que devia de ser do nariz.
Também fez alguns exames aos ouvidos e acusava sempre alguma coisa, mas como o nariz estava obstruído, diziam que estava tudo ligado.
Para ajudar, as conjuntivites e febres não nos largavam, todas as semanas.
Até um ano e meio, não houve nenhum mês em que o Dani não tenha tomado antibiótico e claro está, ido ao médico.
Quanto à alimentação, o Dani sempre foi uma criança que comeu muito bem. Bebia o biberão num ápice. Tenho mais dois filhos e não me lembro de eles terem sido assim.
Além de que nas papas, desde a primeira que até parecia que tinha comido papa toda a vida, a comida tinha de ser tipo de "enfiada", senão desatava num berreiro. E gostava de tudo. Qualquer alimento novo na alimentação, nem estranhava. Queria era comer. Até dava gosto de o ver comer. Ainda hoje ele é assim. Só recentemente, se tem queixado de algumas coisas que lhe fazem confusão no prato.
Não é de admirar que os médicos me chateavam a cabeça a toda a hora, a dizer que o rapaz tinha peso a mais para a idade...
Para ser sincera, eu sonhava com o dia que ele ia entrar no infantário, para poder sossegar a minha cabeça durante umas horas seguidas.
Entrou com 6 meses e foi uma maravilha. Pois era o único menino no berçário e tinha duas auxiliares todo o dia só para ele. Nunca estranhou nada e portava-se sempre bem, diziam elas. Ficavam maravilhadas ao darem-lhe as refeições.
Foi realmente o melhor que podia ter feito. Se ficasse mais um dia em casa com ele, acho que ia directa para o manicómio ao fim de uns dias.
Mas para compensar a melhoria do meu estado psíquico, começaram as chatices no local de trabalho.
Tinha duas colegas minhas, com os filhos mais ou menos da mesma idade que o meu, e era a inevitável a conversa sobre os nossos rebentos.
Além de que, como estava quase sempre doente, era rara a semana, eu faltava imenso ao trabalho. Até o patrão me chegou a dizer que já não aceitava mais justificações de médicos e etc.
Como em qualquer lado em que trabalham muitas mulheres, começa a competição entre os filhos, o meu faz isto, o meu come aquilo, o meu assim e assado.
Comecei a andar de rastos no trabalho, super desmotivada...Comecei a tentar não ligar, e a viver cada dia para o meu filho e pronto.
Afastei-me das amizades, saídas com amigas, nunca mais. Sentia-me bem assim. Ainda por cima tinha tirado a carta havia dois anos, e tinha comprado recentemente um carro, onde ia para todo o lado.
Em termos de evolução, achei que o Dani estava normal para a idade. Era mãe pela primeira vez, mas lia muito, e tinha aquele instinto maternal super apurado.
Começou a gatinhar com 7 meses, apesar de ser um chumbinho pequeno. Nada lhe escapava. Mexia em tudo. partia tudo à minha mãe. Nunca se entreteu a brincar sossegado. Nem 5 segundos. nada lhe interessava, nada o distraía.
também detestava sentir-se preso. Na aranha andava, corria pela casa toda, mas ao fim de pouco tempo berrava, já lá não queria estar.
As viagens na cadeirinha do carro eram um martirio. Ele chorava e bem, desde o principio da viagem ao fim.
Mesmo nos supermercados, eu sentava-o naquela cadeirinha dos carrinhos de compras e era um berreiro sem fim.
eu lembro-me de pensar para mim própria, que mal tinha feito a Deus, para ele ser assim tão chorão e irrequieto. Porque não ficava ali sossegadinho como os outros meninos? esgotava-me a paciência...
Já sentadinho, reparava que ele adorava brincar com as rodas dos carrinhos. Fosse o que fosse que tivesse rodas, virava o brinquedo ao contrário e rodava com os dedinhos as rodas, vezes sem fim.
Também comecei a reparar e achar estranho, que ele não palrava. Nunca palrou e eu achava esquisito. Sempre o estimulei, até bastante, mas não saía nada.
Disse a primeira palavra com um ano e meio, "papá" e "mãe" disse só com dois anos. Até essa altura falava parecia chinês, patapatippata, era sempre assim.

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